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Parabéns a mim, por Luiz Aberto Machad



 FELIZ ANIVERSÁRIO, MULHER


Luiz Alberto Machado*

Hoje eu queria ser um príncipe - mesmo estando cônscio de que não passe de um desafortunado plebeu. Mas, sonhar vale sempre a pena, né não? E, principalmente, sonhando com quem a gente gosta com o maior fervor.

Pois bem, queria ser um príncipe mesmo: viril, espadaúdo, compreensivo, lindo de morrer, daquele tipo astro de cinema, um Apolo de capa de revista - mesmo que eu nada mais seja que um ogro destrambelhado e não valha um tostão furado de serventia nenhuma, mas eu queria sim, de mesmo.

Sim, queria ser mesmo um príncipe e com todas as medidas possíveis que ocupasse seus anseios, preenchesse seus vazios, desvãos, carências, sótãos, e animasse sua vida, sonhos e desejos - mesmo que eu represente um fragmento mínimo e inútil no seu coração, eu queria sim.

Se não um príncipe, me permitisse ao menos "um D´Artagnan para lhe fazer todas vontades"... ou um Lancelot sedutor... ou uma celebridade proeminente - mesmo que me veja como um zé-ninguém, um beócio atarantado, um biltre saliente, mesmo assim, prometo, tornar-me-ia um escravo físico e intelectualmente de você e ao seu dispor para toda precisão.

Assim sendo e esse desejo realizado, de primeira, daria meu reinado - mesmo sabendo que eu não tenha nem onde cair morto.

Depois, escalaria você como a camisa 10 da minha seleção sentimental - mesmo que eu não esteja na sua preferência, nem no foco do seu zoom, eu conseguiria - sabe-se lá como! -, seu passe para torná-la titular absoluta na minha paixão, ah! e como seria!

Daí, eu mostraria por meus versos inauditos e minhas declamações exaltadas que você é a pessoa mais maravilhosa do universo, a mulher mais encantadora de todas arrebatadoras paixões, o ser mais adorável de todas as maravilhas do mundo - mesmo que eu tropece nos solecismos de um poetastro atônito, eu diria e repetiria e reiteraria sim e com todo prazer de minha alma.

Olharia para você não desgrudando um segundo sequer do seu olhar na tentativa de adivinhar todas as suas querências - mesmo que eu não mereça sequer seu desconfiômetro de soslaio, eu faria sim!

Dedicaria integralmente toda felicidade universal para que você se tornasse a mulher mais feliz, mais realizada e mais completa de todos os tempos - mesmo que eu só possua não mais que duas mãos, um sentimento do mundo e um verso desesperador.

Daria minha alma e mais eu tivesse para que jamais sentisse a solidão, o abandono ou a indiferença - mesmo que não me queira ao seu lado e me tenha nas proximidades dos quintos dos infernos de cabeça prá baixo adentro, ah! eu daria sim....

Ah! se príncipe eu fosse, seria festa e fantasia. Como não sou, só posso dar meu coração.


LUIZ ALBERTO MACHADO é escritor, compositor musical e radialista (1511-DRT/PE). É editor do Guia de Poesia do Projeto SobreSites do Rio de Janeiro, membro da Cooperativa da Música Alagoana – COMUSA e cônsul em Alagoas do Poetas del Mundo. É autor de 6 livros de poesias, 7 infantis, 2 de crônicas e de diversas músicas por novos nomes da música brasileira. Seu trabalho está reunido na sua home page www.luizalbertomachado.com.br

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